Em julho deste ano a PROJETAR publicou em seu BLOG
a matéria que a Microsoft teria afundado um data center no litoral da Escócia
para testar o resfriamento dos servidores, dizendo que tal experimento não
traria prejuízos à vida marinha nem ao aquecimento do mar, mas pelo visto
estavam enganados. O chamado Projeto Natick está sendo criticado por
ambientalistas, que dizem que a solução da Microsoft não é exatamente
sustentável.
Quando a Microsoft iniciou seu teste afundando o
data center na Escócia, a empresa disse que a ideia era manter os servidores
submersos por um ano. Além da vantagem de usar a água do mar para resfriar o
data center - o que por si só já reduz os custos do sistema -, a Microsoft
também diz que o projeto garantiria mais velocidade em conexões.
Como a maior parte da população mundial vive
próxima aos litorais, os dados precisariam viajar distâncias menores -
consequentemente, um vídeo no YouTube chegaria mais rápido ao seu celular pela
proximidade com o data center, por exemplo.
Em uma conferência no Reino Unido, o CEO da
Microsoft Satya Nadella defendeu o Projeto Natick e disse que ele deve ser o
futuro dos data centers. O executivo se mostrou bastante confiante com os
resultados preliminares do projeto e também com a velocidade de instalação do
data center - Nadella diz que foram 90 dias até tudo ficar pronto.
Mas nem todo mundo se mostrou tão confiante no
projeto quanto Nadella. Durante a mesma conferência, George Adam, diretor de
engenharia e energia da SPIE UK, reconheceu os benefícios defendidos pela
Microsoft, mas criticou alguns pontos.
"Considerando a preocupação internacional com
o aumento da temperatura dos oceanos e as consequências para o meio ambiente,
usar o oceano para resfriamento pode representar um conflito para objetivos
ambientais," explicou o executivo. O problema dele não foi
exatamente em aquecer o oceano, e sim em desperdiçar o calor das águas
marinhas.
"O Projeto Natick e diversas outras
iniciativas com objetivo de reduzir o consumo de energia associado a data
centers normalmente tratam o calor gerado como desperdício. Precisamos mudar
essa abordagem, considerando que o consumo global de energia de data centers
vai expandir dos atuais 3% para 14% em 2050", defendeu Adams.
A ideia de Adam seria, em vez de desperdiçar o
calor das águas do oceano para resfriar data centers, dar um jeito de
reaproveitar esse calor para aquecer casas durante o inverno - o sistema Odense
do Facebook já fez isso, e serve para aquecer 6,9 mil lares em partes da
Europa.
Fonte: DATA CENTER MICROSOFT NEGÓCIOS
Fonte: DATA CENTER MICROSOFT NEGÓCIOS
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